No dia 15 de agosto,
celebramos uma das principais solenidades de Nossa Senhora. Trata-se de sua
gloriosa assunção ao céu.
Para
a exaltação de Jesus à glória, falamos em ascensão, uma vez que ele próprio se
eleva ao céu. Maria, porém, é assunta,
isto é, elevada à glória não por sua própria capacidade, mas glorificada por
Jesus ou pela Trindade. É a Assunção de Maria. A primeira consideração a fazer
é que o dogma (verdade de fé) da Assunção não está explícito na Bíblia. Como, então,
podem os afirmar algo que a própria Escritura não afirma expressamente? É que,
no período em que o Novo Testamento foi escrito, a realidade sobre o final da
vida de Maria na terra ainda não era preocupação.
Contudo,
a partir do que a Bíblia fala sobre Nossa Senhora e do seu especial vínculo com
Jesus Cristo, tanto a reflexão teológica quanto a intuição popular passaram a
professar a fé na gloriosa assunção de Maria. Já no século IV, temos notícias
sobre uma festa litúrgica da Dormição de Nossa Senhora e relatos de que seu
corpo nunca foi encontrado no túmulo, porque Deus a glorificara. A fé e a
teologia, a piedade popular, a liturgia e a poesia cristã professam: a
Imaculada Virgem Maria, Mãe do Senhor, sempre unida a Jesus e por peculiar
privilégio dele, não podia conhecer a corrupção da morte e seu corpo não
poderia repousar numa sepultura.
Só
no dia 1º de novembro de 1951, Papa Pio XII, pela constituição apostólica Munificentissimus
Deus, proclamou a gloriosa Assunção da Virgem Maria ao céu, afirmando que a
verdade da Assunção de Maria fundamenta-se, sim, na Escritura, de acordo com a
interpretação dos Santos Padres e dos teólogos. A constituição Apostólica de
Pio XII afirma ainda que a gloriosa assunção de Maria é conseqüência da sua
perfeita união com seu Filho Jesus Cristo e pelos méritos dele; Maria assunta é
imagem da Igreja que, uma vez realizada, também será plenamente glorificada.
Uma reflexão muito bela e apropriada é compreender que se pela Imaculada
Conceição, Nossa Senhora já é como seremos, por sua gloriosa assunção já
está onde estaremos.
O
documento pontifício não afirma que Maria tenha morrido ou não, nem explica de
que jeito aconteceu a Assunção. O que proclama é a perfeita sintonia da Mãe com
o Filho, na felicidade plena da glória.
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